Astar*
O silêncio da floresta parecia sussurrar o que ele já sabia — que a havia perdido.
Heleana estava distante desde o último contato entre eles. Desde o dia em que haviam se rendido um ao outro de forma tão urgente, tão instintiva, e depois... ele simplesmente se afastou. Não por falta de sentimento, mas porque o medo o paralisava. Porque ainda era covarde demais para admitir que desejava alguém como ela.
Mas agora... não aguentava mais aquela ausência. Por isso, quando ela se afastou do acampamento com a desculpa de buscar lenha, ele a seguiu.
O som dos passos dela guiava seus sentidos lupinos pela mata, até que chegou a um claro onde a luz do crepúsculo tingia a superfície de um lago com tons dourados e escuros, como vinho derramado. Ali, Heleana estava. De costas para ele, próxima à água, os cabelos soltos como serpentes negras deslizando pelas costas.
O vestido jazia no chão, e ela agora só vestia uma roupa de baixo translúcida, rendada, como uma provocação cruel à própria mem