Alade*
Aaron, montado atrás dela no mesmo cavalo, permanecia em um silêncio cortante, como uma lâmina cravada em sua nuca. Ela não precisava que ele dissesse nada — podia sentir seu ódio pulsando em ondas, tão denso quanto o ar frio que os envolvia. Mas era o desprezo mudo que doía mais. Alade cerrou os punhos. Tentava fingir que não importava... mas importava. Importava demais.
Um pouco mais atrás, Heleana cavalgava isolada, o olhar sempre atento de Astar queimando em sua nuca. A vampira, visivelmente irritada, girou-se com brusquidão no lombo da montaria.
— Tem alguma coisa no meu rosto, Astar?! — rosnou.
Ele não respondeu. Nem precisava. Sua expressão bastava.
— Você não sai de trás de mim! Eu não preciso de um vigia! — E num gesto impulsivo, esporeou o cavalo, ultrapassando os outros numa explosão de indignação.
Astar a seguiu como uma sombra fiel.
Aaron soltou uma risadinha nasal, seca como pedra. Alade se virou para ele com frieza.
— O que foi?
— Nada. — respondeu, recobrando a