Rahmi O salão de festas estava lotado, repleto de sorrisos, taças erguidas e murmúrios elegantes. Mas nada disso importava quando meus olhos pousaram nela. Meu coração falhou uma batida. Fechei os olhos por um instante, tentando me convencer de que era apenas uma alucinação. Talvez o desejo tivesse me enlouquecido ao ponto de me fazer ver o que mais ansiava. Mas quando abri os olhos de novo, ela ainda estava lá. Rebeca Um vestido longo e vermelho moldava suas curvas de maneira provocante, desafiando minha sanidade. O tecido escorria pelo seu corpo como uma segunda pele, brilhando sob as luzes do salão, e uma abertura lateral revelava sua coxa torneada a cada movimento sutil. Homens ao redor a devoravam com os olhos. Um nó se formou em minha garganta, e meu sangue ferveu. Minha linda… sempre sonhei com você. E agora está aqui, tão perto. Por meses, fui assombrado por essa mulher, por sua ausência e pelo vazio insuportável que ela deixou. Agora, vê-la assim, em carne e osso, me
Rebeca A claridade invade o quarto, forçando-me a abrir os olhos lentamente. Minha cabeça lateja, como se martelada por uma ressaca cruel. O ar condicionado mantém o ambiente gelado, mas minha pele está quente. Minhas lembranças são um borrão, mas a pergunta principal ecoa em minha mente: onde estou? Viro o rosto e encontro um criado-mudo com um copo de suco e um remédio. Sem pensar, tomo o comprimido e me permito alguns minutos de imobilidade, encarando o teto. Aos poucos, os flashes da noite passada retornam, trazendo consigo uma avalanche de emoções. Rahmi. O homem que me faz perder o fôlego. O mesmo que vi ao lado da noiva a noite inteira. Mas então, por que ele me beijou? Como ousa? Cretino! Desgraçado! O ciúme ainda pulsa forte, uma raiva ardente misturada com algo que me corrói por dentro. Eu queria ignorá-lo, queria ir embora sozinha, mas minhas amigas insistiram em me acompanhar até o bar do hotel. E foi lá que a noite realmente começou. O bar estava muito mais
Rebeca A água quente desliza pelo meu corpo enquanto massageio meus cabelos ensaboados. Meu coração b**e forte. Hoje à noite, não vou me segurar. Quero Rahmi inteiro, sem limites. O desejo pulsa em mim com uma intensidade quase sufocante. Quando saio do banho, envolta apenas em um roupão felpudo, o cheiro da comida se espalha pelo quarto. Eu devoro cada garfada como se estivesse me preparando para um combate. E, de certa forma, estou. Rahmi me observa com um sorriso presunçoso, seus olhos me devorando como se soubesse exatamente o que está por vir. — Humm, delícia! — exclamo, satisfeita. Ele solta uma risada baixa, cheia de promessas. — Você que é uma delícia — ele diz, sua voz carregada de desejo. Ele se levanta, leva os pratos para a bancada e, quando volta, tenta me beijar. Mas eu viro o rosto, brincando com a situação. — Estou com a barriga muito cheia. Você não quer transar agora, né? Ele me segura pela cintura e cola seus lábios no meu pescoço, mordiscando a pele sensíve
Rebeca Exaustos, desabamos na cama. Minha pele estava suada, meu corpo ainda formigando de prazer. Ele me puxou para seus braços, seu calor me envolvendo. — Nem pense em dormir, ainda não acabei com você — ele murmurou, sua voz preguiçosa e carregada de promessas. Soltei uma risada fraca. — Amor, estou exausta... posso dormir um pouco? A palavra escapou sem que eu percebesse, e meu coração disparou. "Amor". Chamei o turco que mal conheço de amor. Ele levantou o rosto, seu olhar me analisando por um longo momento antes de sorrir de lado. — Está bem — disse, relutante. Me aconcheguei contra ele, ouvindo os batimentos fortes de seu coração. A forma como ele me segurava, o jeito que sua voz soava possessiva, mas também carinhosa... Meu Deus, eu estava me apaixonando. — Eu queria ficar assim para sempre, nos seus braços. — Eu também, minha linda — ele respondeu, antes de selar nossos lábios em um beijo lento e profundo. Por um momento, esqueci de tudo. Da noiva dele. Da realidad
Rebeca O silêncio no quarto é cortado apenas pela nossa respiração entrecortada. O calor dos nossos corpos ainda se mistura, mas meu coração está inquieto. Sinto as lágrimas deslizando pelo meu rosto antes mesmo de perceber que estou chorando. — Por que você está chorando, minha linda? — Rahmi pergunta, deitado ao meu lado, seus dedos acariciando minha pele com ternura. Forço um sorriso, tentando esconder a dor que insiste em se alojar em meu peito. — Nada, não se preocupe! — respondo, desviando o olhar. Mas ele me conhece bem demais. Seus olhos me analisam com intensidade, e logo o desejo volta a se manifestar. Ele me toma com paixão, seus beijos famintos percorrem meu corpo, e em um instante, estamos novamente entregues ao prazer. Cada movimento dele dentro de mim é uma mistura de desejo e desespero, como se quisesse se gravar em minha alma. E então, o clímax nos arrasta juntos, nos fazendo esquecer por um breve momento o caos que nos cerca. Ainda ofegantes, me perco na profu
Rebeca Quando entrei no quarto, imaginei que Letícia já estivesse pronta. Mas, para minha surpresa, ela ainda dormia profundamente e a loira também não dava sinal de vida. Aquilo me pareceu estranho. Caminhei até a cama e a sacudi levemente. — Acorda, Letícia. — Ela despertou num sobressalto, os olhos verdes arregalados. — Mudança de planos. Vamos ficar mais um dia. — COMO ASSIM NÃO VAMOS HOJE? — gritei, chocada. Ela piscou, tentando processar a informação. — Adiamos nossa passagem. Decidimos aproveitar mais um pouco e explorar Istambul com calma. — E esqueceram de me avisar? — Você estava ocupada com seu deus grego. — respondeu com um sorriso debochado. Acabei rindo. A referência exagerada me divertiu. — Você é sortuda, amiga. Aquele homem é louco por você. — Eu sei... — suspirei. — Mas tenho certeza de que você também vai encontrar alguém que te ame. É só uma questão de tempo. Em vez de ligar para o homem que tinha roubado meu coração e agora insistia em ocupar cada cant
Rahmi Já faz três meses que só me comunico com minha Pérola Negra por telefone e vídeo. Por mais que a tecnologia nos aproxime, nada se compara ao toque, ao cheiro e à presença física dela. Sinto falta de sua pele contra a minha, do seu calor, dos nossos momentos íntimos que vão muito além de uma chamada de vídeo. A saudade tem sido uma companheira constante e cruel. Minha irmã e eu fomos convidados para o casamento do meu amigo Roberto com Camila, no Brasil. Nathifa ficou animada com a viagem, confirmou presença sem pestanejar. Ahmed também vem, acompanhado da nova namorada será a primeira vez que os dois pisarão em solo brasileiro. No momento, estamos a caminho do Rio de Janeiro. No avião, percebo que minha irmã está mais calada do que o normal. Estranho, considerando o entusiasmo dela com essa viagem. Mas, para ser honesto, minha atenção está em outra direção. Só consigo pensar nela. Rebeca. A mulher que virou meu mundo de cabeça para baixo. Quero abraçá-la, beijá-la, tê-la em me
Rebeca Todas estávamos nos preparando com capricho. Meu vestido era longo, elegante, com um decote em V que valorizava minhas costas. Letícia usava um modelo idêntico, mas em outro tom, igualmente deslumbrante. O par dela seria o irmão de Camila, que mora fora do Brasil e veio exclusivamente para o casamento da meia-irmã. Ele é casado, tem dois filhos, mas a esposa não pôde comparecer. Assim que terminamos, fomos ajudar a noiva, grávida e radiante. Ela estava linda, com um brilho especial que só a maternidade proporciona. Os convidados já estavam acomodados em seus lugares. Virei para Nathifa e perguntei: — Ele já chegou? — Claro que sim. — Será que vai surtar me vendo com outro? — Com toda certeza, cunhada — respondeu com um sorriso malicioso. Vitor apareceu animado: — Vocês estão um espetáculo! Rebeca, minha doçura, você está de tirar o fôlego. — Pelo amor de Deus, não me chama assim na frente do meu turco, ou você sai daqui sem dentes. — E sem os olhos — completou Nath