HENRIQUE
O silêncio no armazém era pesado, cortado apenas pela respiração ofegante de Alberto e minha própria tensão. O Cobra, o homem que havia atormentado minha família por tanto tempo, agora estava encurralado, sem saída. Mas ele não ia se render sem lutar.
Alberto deu mais um passo à frente, os olhos ardendo de raiva e desespero. O sorriso arrogante havia desaparecido, substituído por algo muito mais sombrio.
— Você acha que isso acaba aqui, Henrique? — disse ele, com a voz carregada de ódio. — Você pode até me derrotar, mas não pode escapar desse mundo. Ninguém sai.
Aquelas palavras tocaram fundo, como se tentassem puxar a parte de mim que eu estava tentando enterrar. Alberto estava tentando me desestabilizar, e ele sabia exatamente onde atacar. O submundo tinha suas garras em mim por anos, e o medo de não conseguir escapar sempre esteve presente.
— Eu não sou você, Alberto, — respondi, com a voz firme. Minha vida não está presa nesse ciclo. — Mas, no fundo, eu sabia que não seri