Ela não me deu sequer a chance de me explicar. Quando as integrantes de sua equipe de maquiagem apareceram, eu resisti em ir. Precisávamos conversar, mas não acreditava que ali seria o local mais indicado. Ou talvez, fosse só a minha covardia falando. No fim das contas, tive o que merecia. Banido de seu camarim como o cachorro que eu fui e sendo torturado a cada mísero segundo com a memória de sua expressão magoada, enquanto descontava sua raiva no saco de pancadas que, naquele momento, talvez representasse a mim.
Preferiria mil vezes que ela tivesse me batido do que me dado as costas daquela forma. Mas quem sou eu para exigir qualquer coisa?
Por mais que eu já esperasse, receber o e-mail com o informativo da pausa das gravações por alguns dias, me deixou muito mais deprimido do que eu poderia pensar. Lia sumiu.
Ela não está em sua casa.
Muito menos nos sets de filmagens.<