Bruno Alcântara
Ela me olha agradecida. Acho que entendo seu pedido — é o mesmo da Carol. É como se elas estivessem presas no dia em que foram machucadas, e esse momento será o chute para a liberdade dela. Minha irmã sai da mesa com o Arthur no colo, avisando que vai dar um banho nele e se arrumar.
— Obrigado, Bruno, por permitir que ela vá. Essa noite a crise foi feia, e parece que, desde que ele está próximo, tem piorado muito. Você tinha que ver como foi nossa primeira noite depois do sequestro. Tinha certeza de que teria aberto todos os meus pontos de tanto chute e tapa que ela me deu. Naquela noite, eu realmente vi que ela precisa ser livre disso, Bruno. Assim que você resolver a situação, vou tentar convencê-la a ir ao psicólogo, porque não é comum esse pânico todo. — Ouço tudo o que ele diz, calado, e me preocupo com ela.
— Tenho certeza, Cláudio, de que isso não vai ajudar, só vai piorar a situação. Mas já que ela quer ir, não vou contrariá-la. — Matar alguém não é nada fácil