Carolina Borges
Já faz um mês que o Bruno teve aquele pesadelo. Na manhã seguinte, consegui fazê-lo contar o que o deixou tão apavorado durante o sonho, a ponto de se debater tanto. Demorou, mas convenci.
Quando ele me contou, tive outro mal-estar. Minha sogra me ajudou, e minha mãe correu para chamar o Cláudio. Todos queriam me levar ao hospital, mas gritei que não iria.
— Vocês acabaram de ser emboscados e acham que eu vou me pôr em perigo com esse psicopata à solta? Só saio de casa se for realmente necessário. Já estou bem, foi apenas o susto.
— Mulher teimosa — Bruno reclamou, sentado ao meu lado, com a mão no meu cabelo, enquanto me ajudava a me sentar no sofá.
Minha mãe se abaixou na minha frente, com uma xícara de chá, e começou a falar.
— Filha, sonhei que estávamos todos à mesa, em um lugar lindo, com um mar tão azul… A mesa estava farta e as casas eram todas brancas, com telhados azuis. Você estava com uma fatia de melancia, tão vermelhinha, e comia com tanto gosto que dava