Eduardo Lira
Chego ao escritório e sou recebido por uma Vanessa desconfiada. Olho para ela e apenas balanço a cabeça, meu irmão é um tremendo cretino, foi logo mexer com a minha secretária. Ela me acompanha, passando a agenda: diz que o Augusto não virá hoje e que, assim que eu liberar as petições, posso ir embora. Ótimo, farei isso rápido.
Pego o telefone para ligar para o Augusto; fico preocupado quando ele falta sem avisar, ainda mais no meio de um caso complicado. Entro na minha sala, deixo a bolsa na cadeira e tiro o terno. Coloco o telefone no viva voz enquanto procuro os arquivos das petições e organizo as solicitações das visitas do Yan. Finalmente, ele atende.
— Bom dia, Edu. O que deseja? — A voz dele está tranquila; pelo menos nada grave parece ter acontecido.
— Por que não veio hoje? Está tudo bem? — pergunto, preocupado.
— Está tudo ótimo. Conversamos ontem e eles me contaram o que tem acontecido. Resolvi tirar o dia para ficar com o Henrique. Cara, ele me chamou de pai!