Erick Hansson
Os dias foram se passando lentamente e estava feliz como há muito tempo não ficava. Giulia, com aquele jeito leve de ocupar os espaços, estava cada vez mais presente no meu apartamento, ao ponto de transformar o lugar que sempre fora só meu em algo que, agora, sentia como nosso.
Pequenos detalhes, o livro dela largado no sofá, a caneca com chá de camomila esquecida na mesa da cozinha, um lenço jogado no encosto da cadeira tornavam aquele espaço mais vivo.
Mas, a partir da próxima semana, iríamos para o apartamento que Mattia lhe deu de presente. Era mais perto do hospital e mais perto de Alessa, que partiria em breve para a Ucrânia. Essa escolha não era somente pela logística, era também emocional. E eu entendia.
Mesmo não concordando com Alessa, admirava a sua coragem. Ir para uma zona de conflito, com tudo o que estava acontecendo naquele lugar, não era algo que eu conseguiria fazer sem pensar muito e analisar se arriscaria a minha vida.
O mundo lá fora era caótico dem