Erick Hansson
Aceitei o convite de Giulia, mas a verdade é que a ideia de conhecer o pai dela, àquela hora da noite, me deixou mais tenso do que eu estava disposto a admitir. Por fora, mantinha o semblante calmo, o pesquisador controlado, mas por dentro? Um turbilhão.
O episódio na farmácia ainda latejava na minha memória não só por me sentir ridículo ao perder o controle, mas porque sabia que, para ela, isso não passava de uma brincadeira. Já para mim, era terreno perigoso.
E agora? Iríamos encontrar o pai dela, Mattia. Um nome que já soava imponente, carregado de algo que eu ainda não conseguia decifrar. Talvez fosse o peso da diferença de idade entre nós. Ou fosse só a consciência de que, para qualquer pai, eu seria o tipo de homem errado para a filha dele.
Enquanto dirigia, Giulia parecia tranquila, quase leve demais.
— Você está estranhamente silencioso. — Ela comentou, olhando de lado, o rosto suavemente iluminado pela luz dos postes da rua.
— Só estou cansado — menti, apertando