Vanessa Díaz
Uma claridade incomum começa a invadir minhas pálpebras, e uma dor de cabeça lateja incessante. Tenho vontade de cobrir a cabeça com o travesseiro, mas as lembranças de ontem não me deixam em paz.
Ontem foi muito complicado. Estou cansada de tanto fugir com meu pai e meu irmão. Essa não é a vida que minha mãe sempre sonhou para mim e para o Juan. Falta pouco mais de um mês para o meu aniversário de quinze anos, e só queria poder ter minha festa de debutante como qualquer uma das minhas amigas, mas sei que isso não será possível depois de tudo o que aconteceu.
No dia em que meu tio invadiu nossa casa, ouvi meu pai conversando com minha mãe. Ele dizia o antigo endereço da nossa casa em Bogotá, que a aposentadoria dele estava lá, e que, se algo acontecesse, deveríamos ir para lá. Minha mãe olhou para meu pai com raiva e acabou me empurrando; lembro de cair e bater com a cabeça.
— Vanessa, querida, acorde! — ouço uma voz ao meu lado, sentindo um toque leve no ombro.
Abro os o