Novamente, ela olha para o perfume e, enquanto o barulho da água domina o espaço, aquela raiva silenciosa volta a se espalhar por dentro dela como uma febre.
Um brilho surge nos olhos dela, como alguém que, no meio da dor e da humilhação, finalmente encontra uma possível saída, pequena, perigosa, mas real o bastante para reacender algo dentro dela.
Ela pega duas toalhas do armário, enrola o frasco entre elas e caminha até o canto mais distante da porta, para evitar que o barulho escape por baixo e denuncie o que está prestes a fazer.
— Por favor, Dio, facilite um pouco. — Implora, com a voz baixa e quebrada, como alguém que está desesperada por qualquer saída, por qualquer migalha de sorte que lhe permita sobreviver ao inferno em que foi jogada.
Então, com toda a força que o corpo cansado ainda consegue reunir, ela bate o perfume enrolado nas toalhas no chão, deixando o som abafado da colisão se misturar ao ruído constante da água que escorre no box.
Rapidamente, ela vira o olhar para