No escritório, Vincenzo sente o olhar julgador de Fabrizio pousar sobre ele, pesado e silencioso, como se cada segundo ao telefone tivesse sido uma afronta à formalidade daquela reunião.
O primo o observa com desaprovação, como se não compreendesse o motivo dele interromper uma decisão importante por algo aparentemente banal.
Mas para ele, Vittoria não é banal, ela é o limite entre o homem e o monstro dentro dele, a linha tênue que o impede de perder o controle quando o mundo insiste em provocá-lo.
Ela é o ponto de equilíbrio no caos que o cerca, a única razão pela qual ele ainda suporta o peso de um mundo que despreza.
— Vittoria…
— Por favor, Vincenzo. — Vittoria interrompe, a voz doce e persuasiva, escolhendo cada palavra como quem tenta acalmar uma fera. — Eu já cuidei dele, está bem? — Continua, com uma suavidade que busca desmontar a tensão. — Acho que quebrei o nariz dele e certamente deixei um belo caroço na cabeça, só para ele lembrar que não deve me provocar. — Acrescenta,