O olhar de Vincenzo se mantém fixo nela, intenso e dilacerado, como se cada lágrima que escapa do rosto dela queimasse também a própria pele dele.
Sua vontade é de puxá-la para os braços, envolvê-la e arrancar de dentro dela toda a dor que o mundo lhe impôs, mas sabe, com a clareza cruel de quem a ama, que naquele instante nenhuma palavra ou gesto conseguiria tocar a profundidade da dor que a consome.
— Não, amore mio, você não fez nada para merecer isso. — Vincenzo responde, a voz baixa, quase um sussurro que luta contra o próprio tremor. — Às vezes, a vida é cruel de um jeito inexplicável, e o que mais destrói é tentar encontrar sentido onde simplesmente não existe.
Ele desliza os dedos pelo rosto dela, secando com cuidado as lágrimas que traçam caminhos lentos pela pele pálida, como se quisesse apagar, com o toque, cada marca deixada pela dor.
— Você amou, Vittoria, com cada batida do coração, e isso é o oposto de falhar. — Continua, a emoção crescendo no timbre, o olhar marejado r