As semanas seguintes ao fim de semana na serra foram marcadas por um clima diferente. Elisa sentia que algo dentro dela havia se transformado. As barreiras que por tanto tempo ergueu, com medo de se ferir novamente, estavam se dissolvendo pouco a pouco. Era como se, finalmente, pudesse respirar sem aquela sensação de alerta constante.
Rafael percebia a mudança e se alegrava silenciosamente. Não cobrava nada dela, não fazia perguntas invasivas, apenas se permitia aproveitar cada instante em que via o sorriso dela mais livre, mais espontâneo. Para ele, era um presente testemunhar essa nova fase de Elisa, mais leve, mais confiante.
Uma noite de quarta-feira, depois de um dia longo de trabalho, Rafael apareceu de surpresa na casa de Elisa com um buquê de lírios — as flores preferidas dela. Quando ela abriu a porta, ficou sem palavras.
— Você... trouxe flores? — disse, sorrindo de surpresa.
— Eu trouxe você — brincou, entregando o buquê. — Mas achei que os lírios combinavam com seu sorriso