Capítulo 63

Enya

Fomos pra faculdade no carro do Érico. Mesmo meu cunhado sendo um porco nojento, considerei o fato de tê-lo trazido até meu prédio como um favor… ainda que ele nunca fosse saber disso.

Ele passou o caminho inteiro calado. Quando estacionou, nos despedimos. Fiz menção de dar um selinho, mas ele virou o rosto. Acabei beijando só a bochecha. Talvez não estivesse a fim.

As aulas seguiram no ritmo de sempre, com a Bruna tagarelando como de costume.

— E agora? Como vão ficar as coisas? Se ele ficar de mal com a mãe… vai pra onde? — Ela cruzou os braços.

— Acho que não dura muito… você viu? A mulher parecia uma leoa! — Respondi, lembrando da cena na frente da construtora.

— Sim… mas ele tá com o orgulho ferido, né? Querendo ou não… foi enganado pelos dois.

Soltei o ar com força.

— Não sei… seja lá como for… as coisas vão se ajeitar. Eu sinto. E à tarde ele vai lá na Ramiro, lembra?

— E você acha que vão recontratar?

— Com certeza o Ramiro viu o escândalo na mídia. Acho que não considera
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