A noite já havia tomado conta da cidade quando Ema chegou em casa. O apartamento ainda cheirava a lavanda fresca, cortesia de Joice, que havia passado antes para garantir que tudo estivesse em ordem. Mas nada acalmava o turbilhão que havia dentro dela.
Jogou a bolsa sobre o sofá e tirou os sapatos com pressa. O terno elegante deu lugar a uma camiseta larga e um short confortável. Precisava respirar. Precisava esquecer os olhos de Ethan fixos nos seus, e a forma como ele disse que estava “do lado dela” mesmo quando discordavam. Ele falava como se ainda pertencesse a ela — como se fosse seu lugar natural.
Mas já não era. Ou, ao menos, não deveria ser.
Pegou um copo d’água e se encostou no balcão da cozinha. Foi nesse momento que a porta do apartamento se abriu, e Lisa entrou como um furacão perfumado, carregando sacolas de um delivery sofisticado e o celular colado ao ouvido.
— Sim, senhorita Sato está em casa. Sim, ela vai jantar. Não, ela não vai ficar sozinha remoendo pensamentos con