03. OPERAÇÃO: SEDUZIR UM LOBO SELVAGEM
LYRA
— Temos que impedir isso!
— Não grite — ele me respondeu entre dentes, seus olhos escuros varrendo o ambiente com cautela. — Não sei quem você é, mas se deseja sobreviver, siga as leis da matilha, ou a próxima naquela fogueira pode ser você.
Suas palavras frias me atingiram como uma lâmina, seu olhar penetrante era um mar de tempestades.
Senti o peito apertar, queria gritar para que ele parasse de ser tão indiferente — éramos destinados!
Mas ele simplesmente deu as costas e se afastou por entre as choças.
O rugido de dor atrás de mim gelou meu sangue, e o cheiro de carne queimada penetrou em minhas narinas.
Hesitei em me virar, já sabia a barbárie que presenciaria.
"Não faça isso, Lyra, é horrível, não olhe..." minha loba me alertou.
"Tenho que olhar, Aztoria," respondi, me virando lentamente. "Tenho que aceitar de uma vez para onde viemos parar e o que teremos que enfrentar."
Meus olhos prateados refletiam as chamas e a expressão deformada de dor daquela fêmea, algo que jamais e