KAEL
O som da respiração da minha companheira enche a sala. Posso sentir o fio me puxando para ir até ela, verificar se está tudo bem.Mas não posso me mover, não depois de tudo o que descobri.
— Meu pai sempre foi um fraco — Meu primo diz, o tom firme, quase sereno. — Um homem que aceitou viver à sombra do próprio irmão.
Ele me encara, o brilho dos olhos refletindo a perversidade da sua mente.
— Ele se conformou em ser o segundo. Em agir como se não ligasse por ser tratado como um funcionário. — Dorian ri, o som seco. — Enquanto o velho dava tudo a você e ao seu pai.
O ar pesa.
A raiva lateja dentro do meu peito, viva.
— Seu pai não merecia a presidência, Kael. — Ele dá um passo à frente. — Ainda assim, vovô deu para ele.
Meu maxilar trava.
Cada palavra dele é uma faca sendo empurrada mais fundo.
— Quando você nasceu — continua, a voz mergulhando em ironia — Eu fiquei feliz. Achei que teria alguém com quem dividir o fardo. Um primo. Um amigo.
Ele ri baixo.
— Mas o tempo passou, e eu