KAEL
O impacto do meu punho contra o rosto do meu primo ecoa como um estalo surdo, úmido.
O cheiro do sangue dele invade o ar antes mesmo de Dorian cair de lado, a mão subindo ao nariz.
— VOCÊ MATOU O MEU AVÔ! — eu berro, a garganta queimando. — Você afastou a minha ômega de mim! Você destruiu tudo!
Meu peito se contrai.
— EU TE ODEIO!
Meu punho lateja, aberto, sangrando, o metal do anel misturado ao sangue dele e ao meu.
Uma risada forte, quebrada, vibrando na sala.
Ele aperta o nariz, o sangue escorrendo pelos dedos, e ainda assim ri como se estivesse assistindo a melhor cena da vida dele.
— Ai, Kael… — ele dá uma fungada ensanguentada. — Que delicado da sua parte.
Antes que eu avance de novo, um cheiro familiar corta o ar.
Amargo.
Tenso.
Harper.
Eu quase tinha esquecido que ela estava ali.
Ela surge ao lado dele num salto, as mãos já pressionando o rosto de Dorian, os olhos faíscando ódio na minha direção.
— Olha o que você fez! — ela rosna, como se eu tivesse atacado uma criança i