MADISSON
Ainda era noite.
Ou quase.
Aquela escuridão preguiçosa, azulada, densa, suspensa, anunciava que o amanhecer estava perto, mas não o suficiente para tocar o céu com luz.
Acordei antes de Kael.
O peso quente atrás de mim denunciava sua presença.
Seu braço envolvia minha cintura, mantendo-me perto, mantendo-me dele, como se meu corpo tivesse sido moldado para encaixar perfeitamente no dele.
Por um segundo, só respirei.
O cheiro dele ainda estava na minha pele, e o vínculo pulsava fundo, lento, satisfeito. Talvez fosse isso que doía mais, saber que, por uma fração de tempo, por algumas horas, tudo parecia… simples.
Mas então veio a memória.
As palavras de Clotilde, afiadas como espinhos.
Gwen pode estar viva.
E pode estar com Dorian.
Meu estômago virou.
Eu não podia ficar ali.
Mesmo que parte de mim gritasse para não me mover nunca mais.
Com cuidado, ergui a mão e segurei o braço dele, afastando-o da minha cintura. Ele murmurou algo incompreensível, sonolento, e por pouco não des