Capítulo 45
O Príncipe Adormecido
Os corpos ainda colados, suados e saciados, respiravam no mesmo compasso. O quarto estava impregnado pelo cheiro do desejo deles, pelas marcas de um amor que os consumiram.
Rafique, afrouxou o abraço e o ritmo da respiração e, lentamente, deitou-se ao lado, puxando Isadora contra o peito. Beijou a testa dela com delicadeza, como se aquele gesto pudesse apagar qualquer dor.
— Você está tremendo… — murmurou, passando a palma quente pela pele úmida dela. — Eu te fiz chorar.
Isadora engoliu em seco, escondendo o rosto no pescoço dele.
— Não foram lágrimas de dor… — confessou, com a voz fraca. — Foram lágrimas de tudo que sinto e não sei lidar. Coisa de gravidez, acho.
Ele fechou os olhos, absorvendo cada palavra. Então, levou a mão até o ventre dela, acariciando devagar, como se tocasse em algo sagrado.
— O ventre de uma mulher é o maior presente que Allah pode dar. — disse com reverência. — E você foi ricamente abençoada por ter três bebês