Ela levantou uma sobrancelha, e por um instante vi o brilho da mulher forte que tantas vezes me enfrentou. Era como se, apesar de sua própria montanha de emoções, uma parte inquebrantável de Clío se erguesse quando ouvia algo que a preocupava. Ela ficou me olhando, agora em silêncio. Ajoelhei-me e peguei suas mãos enquanto dizia:
— Tentei te encontrar, Clío! Juro por Deus que o fiz! Mas não havia nenhum relato de garotas estupradas. Contratei um detetive, mas ele também não conseguiu te achar. Juro, Clío, que eu realmente estive te procurando todos esses anos! —repetei, e o choro preso na minha garganta escapou de mim em um soluço, mas continuei—. Depois, meus pais morreram naquele terrível acidente, e eu tive que me concentrar em não deixar que me tirassem David, que a família de Cintia cuidasse de nós. Mas nunca deixei de ter esperança