97. A CONFISSÃO DE LEONARD
Respirei fundo, embora a dor me atravessasse como uma faca afiada. Cada palavra que eu estava prestes a dizer era mais uma ferida que se abriria entre nós. Pedi ao destino que não me colocasse nessa posição, mas enfrentei isso, porque Clío merecia saber de tudo.
— Não posso fazer isso! Eu sou aquele garoto que te fez tudo isso, Clío! Gostaria de não ser, mas eu sou, eu sou! —afirmei com sinceridade. Não podia enganá-la, mesmo que a perdesse.
—Como você pode me deixar sozinha e grávida, Leonard?!! Como?! —continuou gritando sem me ouvir. Ela me batia no peito, chorando descontroladamente—. Eu acreditei em você, Leo, acreditei como uma tonta!
Eu a olhei, sem conseguir acreditar que ela tinha entendido o que eu havia confessado. Ela estava me cobrando pelo seu gravidez, e não porque eu tivesse abusado dela. Suas mãos tremiam enquanto me olhava, e seus olhos brilhavam com lágrimas que ainda não haviam caído.
— Não posso acreditar… —murmurou ela, mais para si mesma do que para mim—. Aquela