Nayole Akello
O teto branco do hospital se despedaçava em fragmentos de realidade, como se tivesse se tornado um reflexo do meu estado interior. Deslocara a cabeça para trás, buscando no seu vazio respostas que pareciam sempre escapar por entre meus dedos. O que restava de mim num mundo que parecia virado de cabeça para baixo?
— Eu não sei! — exclamei, a voz embargada, misturando desespero e confusão. — Eu só queria que tudo isso fosse um pesadelo.
Do outro lado da sala, Manuela estava parada, com a mandíbula tensa e os ombros caídos. O olhar fixo no chão, já não sentia a necessidade de encarar-me. Cada segundo que se passava entre nós era um golpe profundo em minha sanidade. Lembro-me de como seu rosto se contorceu em uma expressão de dor e incerteza.
— Eu não sei o que pensar. — As palavras dela me afetaram como um golpe na primavera. Nesse momento, percebi que a fé dela em mim estava desmoronando. "Ela não acredita em nós", ressoou em minha mente, uma sombra dolorosa que não queria