Luísa
Com trinta semanas de gestação, eu sentia que o tempo passava rápido demais — mas, ao mesmo tempo, meu corpo já dava sinais de cansaço. As roupas já não serviam, e os vestidos longos eram minha salvação diária. Ainda assim, eu me sentia desconfortável, meio sem graça, sem vontade nem de me olhar no espelho. Não era sobre vaidade… era exaustão, era sobre me reconhecer diferente.
Estava de pé no quarto, tentando escolher uma camisola quando Leonardo entrou, já em silêncio, como quem sentia de longe o meu desânimo.
— Laura já dormiu. — disse suavemente. — O que foi, amor?
— Não sei… — suspirei. — Nada me serve, meu cabelo tá estranho, eu me sinto feia.
Ele se aproximou com aquele jeito calmo, firme e terno.
— Impossível você ficar feia, meu amor.
— Você só está tentando me animar.
— Tô falando a verdade. Você tá maravilhosa. E se quiser, a gente sai amanhã, compraremos roupas novas.
— Esse é outro problema… eu olho e não acho nada bonito. A barriga está enorme, meu corpo mudou todo