Luísa
Tia Lu. Era assim que eu era chamada agora. E Leonardo havia se tornado o Tio Léo.
Era impossível ouvir isso e não sorrir. Ela era tão pequena… as mãozinhas delicadas, os olhos curiosos, os cachinhos escuros, tão parecidos com os meus na infância. Linda. Laura era linda.
Estávamos de licença do trabalho e os dias pareciam uma doce bolha de tempo. Começavam com o cheirinho de pão fresco, três xícaras na mesa — a dela com leite, a nossa com chá — e muitos sorrisos. Depois, brincadeiras, desenhos, livros e inevitáveis sonecas na parte da tarde, em que eu e Leonardo nos revezamos ao lado dela, observando o jeitinho como ela dormia tão calminha.
Eu não sabia que era possível amar tanto em tão pouco tempo. Mas ela já era tão nossa.
Naquele sábado, sentei-me ao lado de Laurinha no tapete da sala, com as pernas cruzadas, enquanto ela alimentava o cachorrinho de pelúcia com pedacinhos imaginários de maçã.
— Laurinha, hoje você vai conhecer a amiga da mamãe, a tia Gabi. Ela é muito legal,