Capítulo 5

Sebastian D'Amore

Coloquei Alessandra sentada em cima da mesa, onde havíamos acabado de jantar. Alguma coisa caiu no chão e se quebrou. Suas mãos estão em volta do meu pescoço querendo mais contato comigo, suas mãos são tão delicadas que me lembro em ser cuidadoso ao apertá-la contra meu corpo. Não queria machucá-la por mais que ansiava pelo seu corpo, pelo calor que emanava dela poderia ser cuidadoso por essa noite. Haveria outro dia e outra chance para tê-la como realmente quero. Nada iria nos atrapalhar agora… Mas é claro que sim!

— Oh, meu Deus! — Ouvi a voz da moça que nos atendeu antes. — Me desculpe…

Alessandra se recompôs rapidamente e se esconde atrás de mim, envergonhada por termos sido pegos. Por que sempre tem alguém para nos atrapalhar? Será que dois adultos não pode se beijar em paz ou ter uma conversa tranquila sem ter um idiota por perto. Tenho que lembra o nome daquele imbecil que provavelmente trabalha com Alessandra. Não gosto dele.

— Some daqui agora! — Não é preciso gritar e a moça sai correndo da sala sem pensar duas vezes. 

Me virei para Alessandra, querendo volta de onde páramos, mas seu rosto não era das melhores. Seus lábios pressionando um no outro formava um leve bico.

— Coitada da mulher, Sebastian…

— Ninguém mandou se meter onde não é chamada, essa abestada… Ai! — Sou pego de surpresa com o belisco dela.

Ela me agrediu?

 — Não gosto de como fala com as pessoas. —  Alessandra coloca as mãos na cintura, brigando comigo. — E algo me diz que Caleb sofre na pele, o jeito que você trata as pessoas é muito feio.

Ela está chamando a minha atenção? O que Caleb tem a ver com isso? Pelo visto ficaram muito amiguinho em tão pouco tempo. Trato as pessoas do jeito que eu quiser e como elas merecem ser tratada. O mundo não justo e não será, eu que serei o padrinho magico de ninguém. Agora, por que não falo exatamente essas palavras para Alessandra? Por fim, balanço minha cabeça relutantemente.

— Foi um dia estressante e acabei descontando nela. — Menti.

Ela não acreditou.

— Em nenhum momento você foi rude comigo.

Alessandra ergueu uma sobrancelha, continua com as mãos na cintura e está tão linda com esse ar de séria. Seu cabelo está uma bagunça e seu batom todo borrado. A linha e elegante Alessandra Martins estava mais como a encontrei. Levei minha mão na boca rindo. Alessandra me olha confusa.

— Porque você está rindo… — Percebendo que estou olhando para o cabelo dela, Alessandra desce da mesa com rapidez e vai para o banheiro que tem disponível aqui na sala privada. — Meu Deus! O que aconteceu comigo?!

A porta estava aberta e me aproximei, encostando no batente da porta e cruzei meus braços. Alessandra tentava se arrumar.

 — Se com um beijo está assim… — Deixo a frase no ar.

Por está de costas para mim, poderia olhar seu corpo facilmente e apreciar a vista. Mas sou cafajeste a esse ponto, não quero ser com ela. Alessandra me olha pelo reflexo no espelho. Seus olhos são quentes e deliciosos, os quero em mim. Quero toda essa intensidade em mim.

— Por que eu? — A pergunta sussurra é tomada por dúvidas.

Não sou de querer passar dias com a mesma mulher, ninguém é capaz de me amar e com Alessandra acontecerá o mesmo. Mas por que a quero tanto e, ao mesmo tempo, quero ir devagar? Uma intensidade avassaladora e uma dor perfurando meu peito? O desejo que vem me dominando desde que a vi.

— Também estou em busca da resposta.

Não tento beijá-la na volta para casa. Alessandra tentou me convencer a deixá-la pegar um táxi, faltava pouco para meia-noite e não deixaria que voltasse sozinha para casa. Então Alessandra foi obrigada a passar seu endereço. Ela mora em um apartamento Upper East Side, não fiquei surpreso que more em um dos bairros bem-sucedido.

Peguei meu celular e desbloqueei, entregando para ela. Alessandra fica sem entender.

— Me passe seu número.

— Não vou te passar meu número. — Alessandra evita me olhar, estranho a sua reação. — Nunca me peguei a esse nível com alguém que mal conheço em uma fala privada. Não foi nada, mas acredito que faremos coisa que em sã consciência não faria.

Gostei de ouvi-la dizer essas palavras.

Mexo com Alessandra como ela mexe comigo.

— Sabe que tenho outras formas de consegui seu número. — Ela me olha. — Só estou sendo gentil em pedi diretamente com você.

Alessandra nega com a cabeça e pega o celular da minha mão.

 — Você se acha demais! — Digitou o número e me entregou o celular. 

— É a realidade, mas achei melhor pedi para você não achar que sou um serial killer. — Debochei, lembrando das suas palavras na galeria.

Não queria uma resposta negativa da sua parte e sei que Alessandra também me queria. Muito provavelmente a forma que a bordei a deixou assustada, não sei como é sua rotina de trabalho, mas imagino que não é sempre que tem um homem a querendo a ponto de insistir tanto. É melhor que não haja. Sabia que queria ela e não iria embora sem uma resposta.

Alessandra disfarça um sorriso e tenta ficar séria.

— Espero que tenha comprado muitos quadros essa noite, D’Amore…

— Sebastian. — A corrigir mais uma vez.

— Sebastian! — Nega com a cabeça. — É costume, acho que ainda não sai de toda a vibe do trabalho.

— Mesmo depois da gente quase…

— Adeus, Sebastian! — diz, em desespero. Sorri, gosto de provocá-la.

Alessandra vem beijar minha bochecha e virei meu rosto para beijar minha boca.

— Seu… — A calei roubando um beijo seu.

Coloquei minhas mãos em sua cintura e puxaria Alessandra para meu colo, mas infelizmente ela tinha outros planos do qual eu não concordava. Sai rapidamente dos meus braços e saiu do carro, em passos rápidos, entrando no seu prédio. Encostei a cabeça no encosto do banco. O que essa mulher está fazendo comigo?! Suspirando, aperto o botão para falar com meu motorista.

— De volta para meu apartamento.

No caminho para casa, não conseguia parar de pensar na Alessandra. Tenho que pesquisar mais sobre ela, saber seus gostos e o que não gosta. Quero sentir mais do seu cheiro, mas, ao mesmo tempo, não quero que ninguém encoste naqueles fios sedosos e cheirosos de seu cabelo. O que essa mulher está fazendo comigo?! 

Minha cabeça dói, ela não será diferente dos outros.

Dispenso meu motorista e vou para o elevador. No corredor para o apartamento parece ser mais longo que o normal, preciso dormir um pouco. Abrindo a porta, sorri. Um sorriso nada agradável, mas pelo visto não iria dormir tão cedo. Fechei a porta atrás de mim.

— Você não imagina a minha decepção ao ouvir a Sra. Rossi me dizendo que meu único filho protegeu uma vagabunda da família Martins. — Victor se levanta da minha poltrona e dá um sorriso sádico. — Olá, filho.

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