Sebastian D’Amore
Coloco o copo sobre a mesa, Alessandra lidando friamente com a prisão dos seus pais. Antes se sentia ofendida e procurava defender, hoje simplesmente não se importa mais. É como se tivesse deletado essa fase de sua vida, é estranho, mas compreensivo.
— Até a melhor pessoa pode se tornar uma pessoa má.
Fecho meus olhos ao ouvir a voz do Victor. Estou de costas para ele, ao lado da grande janela da sala. Alessandra está dormindo no andar de cima, houve alguns eventos que era preciso a presença dos integrantes da família D’Amore.
— Ela não mudou, não para se tornar esse tipo de pessoa.
Ouço a sua risada baixa.
— Até quando vai se enganar?
— Victor…
— Quase dois meses, Sebastian. — Sua voz fica mais perto. — Não finja que não tem visto essas mudanças. Aconteceu o mesmo com você, após a morte de sua mãe.
Abro meus olhos, vejo o jardim muito bem cuidado e iluminado.
— Você alguma vez a amou? — Pergunto, sabendo que Victor mudaria de assunto.
— Sim.
Surpreso, olho para ele