Capítulo 4

Sebastian D’Amore

Meia hora. Alessandra disse que em meia hora iria sair, faz vinte minutos do seu atraso. Essa mulher não tem palavra? Deveria ir embora, não sou de esperar por mulher e agora não seria diferente. Já perdi tempo demais nessa exposição de arte, o plano era comprar as benditas artes de Julie Lorey e no máximo vinte minutos depois ir embora. Simples, rápido e adeus. Porém, nos meus planos não contava com Alessandra Martins, mas uma para minha cama. Apenas! Mas ela não deveria se dar ao luxo de me fazer esperar. Coloco o dedo sobre o botão para poder falar com o motorista para irmos embora.

Mexo desconfortável no banco e desisto de apertar o botão. Por que não vou embora?! Alessandra não tem nada de especial. A Sra. Rossi fez questão de expor comentários desagradáveis sobre Alexandra, sem pensar duas vezes a defendi. Sinceramente deixei minha raiva falar mais rápido, como aquele idiota tem a ousadia de segurar na cintura da Alessandra com tanta intimidade? Ela estava no seu local de trabalho! Não importa o tempo que aquele infelizmente a conhece, a partir do momento que eu quis e ela corresponde, a Alessandra é minha. A porta do carro é aberta me trazendo para a realidade. Alessandra ria de alguma coisa que me assistente falou para ela.

— Olha, você deu a sua palavra. — Ela não entra esperando a confirmação do meu assistente. — Estou com seu número, Caleb. Não tem para onde correr!

Ah, então o nome dele é Caleb? Hum… Espera! Por que Alessandra tem o número dele?! Não escuto a resposta do Caleb e Alessandra ri mais uma vez. O que é tão engraçado assim? Finalmente Alessandra ocupa o lugar ao meu lado.

— Está atrasada. — Não queria ser rude com ela e a reclamação foi mais forte do que eu.

Alessandra está com uma echarpe preto sobre seus ombros.

— Você é sempre tão reclamão assim? — Arruma a echarpe que desliza sobre seu ombro.

— Está com frio. — Liguei o aquecedor do carro. — Nova York está pura neve e você com esse pedaço de pano, desfilando pela rua.

Percebendo o seu silêncio, olhei para ela. Alessandra tinha um pequeno sorriso no rosto e as sobrancelhas levemente erguidas. Me senti estranho.

— O que foi? — Arrumei o terno em meu corpo, evitando olhar para ela. Não estou usando mais meu sobretudo.

Alessandra senta de lado ainda me olhando. O carro ganha movimento. Avisei ao meu motorista que assim que Alessandra chegasse era para nos levar ao restaurante mais próximo, ela deve está com fome e cansada.

— Você é sempre tão cuidadoso assim com as mulheres que conheceu há algumas horas?

— Não estou fazendo nada de mais…

— Sabe, eu pesquisei seu nome no G****e. — Olhei para ela. — Queria saber se deveria ou não entrar nesse carro.

— E foi por causa disso que demorou? — Franzi a testa. — A internet estava lenta?

Alessandra ri. Uma risada sincera que a faz deitar a cabeça no encosto do banco. Ela está cansada e é nítido, o sorriso em seu rosto e a sua risada só a deixa mais tranquila ao meu lado. Suavizei meu rosto, Alessandra está cansada e é tão nítida. Talvez devesse ter marcado para outro dia. Hum, ela pesquisou sobre mim. Viu a oportunidade e quis agarrar, não deveria me preocupar. Não estou preocupado com ela! Alessandra foi parando de ir lentamente.

— Tem algum motivo para eu estar em seu carro e estranhamente estar me sentindo bem aqui? — Tinha algo a mais em sua pergunta que não consegui decifrar. Alessandra sorri. — Sinto muito, mas não tenho forças para transar…

— Nossa!

— Não é para isso que me perturbou a noite toda? Uma transa para finalizar a noite?

Cada palavra que saia da sua boca era uma careta nova que se formava no meu rosto. Como uma mulher linda como ela consegue falar tanta besteira? Espera, não quero levá-la para cama? Massageie as têmporas, Alessandra me deixa confuso.

— Você está bem? — Pergunta preocupada, endireitando seu corpo no banco e se aproximando de mim.

Senti sua mão delicada em meu ombro.

— Sim, vamos jantar. — É o que digo, antes de me afastar de seu toque e me concentrar na paisagem lá fora.

O resto do caminho foi em completo silêncio, às vezes olhava para Alessandra para conferir se não havia dormido. Ela ficou quietinha em seu banco e o silêncio não parecia incomodá-la. Chegamos em um restaurante pouco tempo depois, entramos no estacionamento do prédio. Não queria nenhum paparazzi nos sondando. Peguei uma sala privada e Alessandra me seguiu sem dizer nada. O ambiente era em tons claros, no centro da sala tinha uma mesa e quatro cadeiras. Puxei uma cadeira para que Alessandra sentasse e ocupei a cadeira na sua frente.

— Bela escolha. — Comenta, olhando o lugar.

— Era o mais perto da galeria. — Não me gabo pela escolha, tenho meus restaurantes favoritos em Nova York e esse não é um deles. — Muita das vezes como as comidas feitas pelo meu chef particular.

— É claro que você tem um chef particular. — Revira os olhos.

Esse revirar de olhos a deixa muito rebelde.

— Não se preocupe. Na próxima te levarei para experimentar a comida dele. — uma moça veio nos atender.

— Hum… Terá uma próxima? — Alessandra sorri. — Você nem sabe se quero…

— Traga a melhor cartela de vinho e para a senhorita Martins um suco…

— Ei. — Franzi a testa. — Por que tenho que beber suco? Sou maior de idade…

— Um suco de maracujá natural. — Não gosto de ser interrompido e olho para Alessandra em um sinal de alerta para que não me atrapalhasse. Ela dá de ombros me ignorando. — Traga também duas porções de carne cozida…

— Quero salada.

— Vá. — Falei para a moça que nos atendia. — E ignora o pedido dela.

Alessandra não falou até que a moça saísse e tivéssemos a nossa privacidade novamente.

— Por que você…

— Quando foi a última vez que realmente comeu? Está ficando pálida. Precisa de uma comida reforçada, Alessandra. — Dou um gole na taça com água que trouxeram. — Se fosse vegetariana ou algo do tipo teria dito antes, não quero uma mulher desmaiada no meu carro.

— Posso pegar um táxi na hora de ir embora. — Alessandra evita me olhar, ficando emburrada.

Queria sorrir.

— Está tarde. Me comprometi a ter a sua companhia essa noite, não deixarei vagar por aí sozinha.

Faltava pouco mais para as 22:30.

— Que cavalheiro. — Debocha.

Fico sério.

— Como ousa…

Alessandra b**e na mesa me assustando.

— Gosto de escolher minha própria comida. — Aponta o dedo em minha direção. — Se quer que tenha uma próxima vez, fique ciente disso.

Engoli em seco, sem saber o que falar. Parece que sua aparência delicada e gentil está sendo dividida por uma mulher mandona e sem escrúpulos. Um tempo depois nossa comida chega e me controlo para não demonstrar minha irritação quando Alessandra come tranquilamente sua comida a ponto de lamber os próprios beiços e minutos atrás estava brigando comigo. Jantamos em silêncio.

— O jantar foi maravilhoso, Sr. D'Amore…

— Sebastian. — Corrigi-la.

Nos levantamos para ir embora. Não dei espaço para uma discussão quando Alessandra se ofereceu para pagar. Estava fora de cogitação.

— Ok, Sebastian… — Bocejou. — Acho que o suco de maracujá me deu mais sono.

Me aproximei vendo Alessandra fechar seus olhos por alguns segundos, seu cabelo está repartido ao meio e atrás da orelha. Seu penteado em ondas estava intacto. Levei minha mão ao seu rosto, acariciando a sua bochecha levemente rosada. Alessandra dos seus olhos lentamente e não foge do meu toque, dei o espaço que precisava. Agora preciso do calor da sua pele. 

Reconheço que fui invasivo quando abracei seu corpo contra o meu, estávamos em seu local de trabalho e o ambiente não era o ideal. Curvo meu corpo para frente, Alessandra é uma mulher baixa e graças ao salto alto que usa lhe dá uma altura que ela não tem. Ainda preciso me curvar para poder beijar esses belos lábios, desde que os vi ouço me chamando e acabando com meu psicológico. Segurei em seu queixo, erguendo seu rosto para mim.

— Quer que me afaste? — Sussurrei deslizando os meus lábios por cima do seu.

Sua mão agarra meu terno.

— Me beije logo!

Agarro seu corpo contra o meu e Alessandra suspira contra minha boca, correspondendo ao meu beijo. Me abraçando pela cintura, me dei liberdade para passear com as minhas mãos pelas suas costas subindo pelo seu cabelo. Com os meus dedos adentrando os fios e bagunçando todo o seu penteado, puxando para trás e parando um beijo por alguns segundos apenas para olhar em seus olhos e mostrar quem estava no comando nesse exato momento. Alessandra estava rendida aos meus braços e sabia disso.

Rendida a um homem do qual ela conheceu algumas horas atrás.

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