27. Sofia no Jardim
O sol da tarde batia nas placas metálicas do lava-jato, criando reflexos que se confundiam com o barulho constante da água jorrando sob pressão. Matteo e Morandi estavam sentados na pequena sala de espera , um ambiente simples, com paredes pintadas de azul claro, cadeiras desconfortáveis e uma mesa de centro servindo de apoio para jornais gastos.
Matteo folheava um deles sem realmente ler. Estava com a mente em outro lugar , em Sofia e na sensação estranha que carregava desde a hora do almoço. Morandi o observava de relance, reparando na forma como ele sequer virava a página com atenção.
- A gente não pode demorar muito aqui, chefe - disse Morandi finalmente, quebrando o silêncio, fingindo olhar o próprio jornal. - A moça do hotel chega às dezesseis horas pra entrevista.
Matteo assentiu devagar, levando um cigarro à boca, apenas para perceber , de novo , que havia esquecido o isqueiro.
- Eu sei. - suspirou. - Tomara que acelerem isso logo. O serviço daqui nunca foi muito rápido . Mas