NARRAÇÃO DE SARA...
Eu não iria aguentar esperar. A ansiedade me consumia só de ouvir uma única frase: “Tenho que te falar um segredo, mas aguarde.”
Isso me definha por dentro. Depois de tomarmos um chá, chamei minha mãe para conversarmos em particular, dentro de seu quarto.
Seu olhar já dizia tudo, a angústia estampada, como se uma nuvem negrä pairasse naquele ambiente. Pedi licença a Brady, que já se acomodava no sofá-cama, um pouco ansioso e atento.
Ao entrar no quarto, observei cada detalhe. Minha mãe soltou uma lufada de ar e caminhou, exausta mentalmente, até a cama. Sentou-se ainda pensativa.
— O que ele fez? — perguntei.
Ela demorou a responder. Fechou os olhos, como se lutasse contra as próprias palavras.
— Ele... como havia dito, era meu patrão. Eu acompanhava minha mãe ao trabalho, tinha dezessete anos. Ele... bom, me seduziu. — Olhou-me tentando forçar um sorriso, o rosto avermelhado, como se cada palavra fosse um castigo. — Quando conseguiu o que queria, mandou que eu me