NARRAÇÃO DE BRADY DAWSON...
Não lembro direito o caminho até o carro. Só lembro do gosto amargo que ficou na boca e da raiva fervendo no peito. Sara tremia ao meu lado, e eu mal conseguia me concentrar no trânsito.
Ela estava pálida, respirava curto, com uma das mãos no ventre. Toquei o joelho dela, tentando mantê-la firme.
— Respira, amor. Tá tudo bem, eu tô aqui... — falei baixo, mas a minha voz saiu rouca, carregada de fúria contida.
— Ele vai atrás da Julie... — murmurou, com os olhos marejados. — Eu vi no olhar dele, Brady. Ele não vai desistir.
— Se ele ousar chegar perto da nossa filha, eu acabo com ele. — Apertei o volante, o maxilar travado. — Não vai sobrar um fio de cabelo daquele desgraçado se ele tentar invadir o nosso lar.
— Brady... — ela me olhou, cansada, com aquele medo maternal que me destruía. — Eu não quero confusão. Não agora...
— Confusão já começou, Sara. — Respondi frio. — Ele jogou o nome da justiça na mesa, e você viu a mulher dele? Aquilo não era olhar de q