O Mafioso, A Delegada e a Agente Secreta
O Mafioso, A Delegada e a Agente Secreta
Por: LuadMel
Um

O cheiro de Seant nunca iria sair da sua mente. A cidade onde nasceu e cresceu ao lado de uma família era um dos lugares mais belos que já conheceu e também o pior para se continuar visitando.

O carro parou novamente e Tristan desceu assim que a porta foi aberta. Os seguranças estavam por todos os lugares, alguns rostos conhecidos, seu nome sendo proferido o mínimo possível. A pessoa que iria encontrar certamente era muito importante, já que diante de todas as ameaças que sofreu apenas por pensar em voltar a Seant, seu pai havia o mandado novamente para fazer negócios. Ele nem mesmo era o homem que fazia negócios.

A Boate estava cheia; música alta, bebida por todo lugar, mulheres, sorrisos, peitos… E passando por tudo isso lhe restou outro corredor mais estreito, foi guiado até a área VIP onde reconheceu o homem a qual veio encontrar. Revirou os olhos a tempo de vê-lo sorrir assim que sentou e foi servido com uma bebida quente.

— Tristan Benett, é um prazer te encontrar - O homem do outro lado estendeu a mão, mas não recebeu o cumprimento de volta — Seu pai disse que mandaria um representante, então não achei que viesse um dos filhos.

— Ele não confia muito nas pessoas. - Avisou ao outro que assentiu, era uma verdade. — Pode falar o que você quer, mensageiro? Não tenho muito tempo nesse lugar, principalmente, na cidade.

— Não se preocupe com a segurança, pois meus homens estão ao redor da boate cuidando para que a polícia passe o mais longe possível - Tristan tomou toda a bebida pedindo mais uma, não estava com medo da polícia. — Vamos aos negócios.

— Estamos aqui para isso.

— Meu chefe, Calvin Ritchie é dono de algumas boates em Beathan, alguns de seus homens já estiveram por lá. - Tristan deu de ombros. Os outros que cuidavam das boates sempre vagavam de uma a uma buscando informações e tentando destruir a concorrência a todo custo. — E em uma dessas idas, Calvin conversou com Juan, o gerente da boate principal de vocês e propôs uma troca de mulheres.

— Que tipo de troca de mulheres? Elas viraram mercadorias? - Riu.

— As suas boates estão cheias de mulheres de Seant, e vocês da família Benett proibiram qualquer outra boate de terem essas mulheres - isso era verdade. — A busca pelas mulheres daqui é grande demais, e sabemos que não temos essa liberdade para usá-las. - Tristan trocou olharem com seu segurança particular que rodeava aquela mesa por trás dos sofás, pronto para atacar.

— Como você acha que nossa boate é a mais requisitada de todos os tempos? Temos mulheres de qualidade. Juan às escolhe a dedo. - O outro concordou — O que quer propor?

— Um teste, a boate de vocês é bem requisitada, mas eu tenho certeza que não atendem a todos os tipos de clientes, nem todos vão ali em busca das garotas de Seant, e talvez alguns clientes seus, já estejam enjoados. - Tristan estreitou os olhos — Damos a você cinco, seis garotas de cidade diferentes, e vocês deem a nós seis de Seant por alguns dias.

Tristan recebeu outro copo, aquilo não era uma má ideia. Novidades numa boate de prostituição é sempre bem vinda.

— Só que tem um problema - O segurança quebrou o silêncio parando atrás do mensageiro que não se moveu, mas desceu o olhar para a mesa cheia de bebida — As garotas que o seu chefe mantém na boate, são traficadas, o que vamos querer com mulheres traficadas? Mais problemas?

— Traficam tantas e não conseguem uma de Seant? Por medo dos Benett? - Tristan perguntou, se divertindo com a situação.

— Não. É porque elas são… Como posso dizer? - Sua linha de raciocínio não deu tempo de terminar a frase quando escutaram o barulho de um tiro seguido de gritaria.

— Perigosas, a palavra que você busca para definir as mulheres dessa droga de cidade é Perigosa - o segurança gritou da janela de vidro a qual correu para saber o que acontecia. — Vamos embora Tristan, a polícia chegou.

Pegou sua arma correndo em direção à porta, mas ela foi aberta antes de chegar, empunhou a arma rapidamente apontando para os policiais que foram entrando sem parar.

— Abaixa a arma. Temos permissão para atirar - um dos policiais gritou e mesmo assim, o segurança não baixou, foi se aproximando de costas até Tristan que procurou pela coloração diferente dentre os policiais, mas não entrou. — Abaixa, ou vamos atirar.

— Abaixa a arma, Arthuro. - Mandou para o segurança que foi abaixando aos poucos e jogou o objeto em direção a um dos policiais que foram em direção ao homem o algemando rapidamente. — Relaxa! - Sussurrou para o segurança que sorriu enquanto era levado para fora.

— Levanta as mãos, está armado? - O policial começou a revista-lo mesmo sem a cooperação do homem.

— Ao menos posso terminar de beber? - Debochou, ele nem estava tão estressado. — Essa cidade é mesmo uma droga.

— E você continua vindo mesmo sabendo que é procurado e que será preso assim que te encontrarmos.

Nada naquele lugar estava contra as regras da sociedade, uma boate de prostituição era o que mais tinha por toda a cidade. No entanto, o único problema daquela no momento, era que Tristan Bennett estava dentro, e ele não podia sequer pisar em Seant, que o maior erro da sua vida aparecia para acabar com sua saúde mental.

E não demorou a aparecer, seu cabelo loiro amarrado em um rabo-de-cavalo balançando de um lado para o outro, vestida de colete e uma calça apertada. M*****a mulher, era uma perdição, os lábios grossos com gosto de menta, linda como um dia chuvoso doce como uma cereja… Cereja, o apelido que deu a ela quando a via sorrir em sua direção. Ela era com certeza a mais bonita que já conheceu, mas também o pivô de toda a sua destruição, o ódio que com nome e sobrenome, a que acordava a sua pior versão, a inimiga mais perigosa, sua ex-namorada e a mãe da sua única filha… Lilian Stewart.

— Tristan Benett… - Ela gritou assim que o viu, seu olhar ganancioso em direção a ele. Tristan riu de lado, não sabia se gritava de volta, se matava, se pedia para morrer. — Você está preso por tantas coisas que não tenho dedos suficientes para contar - Voltou a caminhar parando somente quando estava na sua frente. — Demorou, mas eu peguei você.

Ele riu mais.

— Você também me pegou na adolescência. Esse circo todo é porque está atrás de uma quarta rodada de sexo selvagem do jeito que você gosta?

— O prendam, por favor, se possível o amordace também. - Deu as costas para sair.

— É sério? É isso mesmo que você quer? Porque eu sei muito bem que seu fetiche é me ver algemado fodendo você com força.

— Cala a boca - Mandou enquanto se aproximava outra vez. — Cala a sua boca. Não estou aqui para falar de intimidades, - Ela sorriu quando escutou as algemas serem fechadas — Está preso por tráfico de armas, drogas, garotas, por uns trinta assassinatos, você vai morrer na cadeia.

— Você não quer que o pai da sua filha morra, não é? - Pela primeira vez naquela fatídica noite, Tristan abriu um sorriso que desconcertou a delegada que ergueu a arma outra vez mirando na cabeça daquele homem. Podia apenas atirar e depois dizer que foi um acidente, mas sendo tão apaixonada por aquele hom- pela profissão, tinha que seguir regras — Li… - Ela arfou sentindo todo o corpo estremecer — Você não me assusta, nem essa tropa de homens que você reuniu para me ver.

— Tem mais homens aqui do que você imagina. O carro que te trouxe, foi apreendido assim que entrou. Os homens do seu amigo ali estão presos e indo para a delegacia nesse momento. Medi seus passos desde que chegou no seu jatinho particular no aeroporto clandestino há dois dias. - Ele foi parando de sorrir.

— Não gosto de ter encontros com você desse jeito. - Ela não ligou — Com tanta gente não podemos falar de sexo, mas podemos falar sobre a Lizzie - Ela entreabriu os lábios e deixando sua arma de lado, ela o socou no rosto fazendo o homem cambalear para trás e ser aparado por outros policiais.

— Para de falar da minha filha - Mandou cheia de ódio para o homem que tornou a lhe encarar, sorrindo, um sorriso com gosto de sangue. — Podem levar esse criminoso. - Ordenou aos subordinados mostrando ao Benett todo seu nojo num olhar direcionado a ele. Lilian assistiu seu caminhar até atravessar a porta e respirou fundo. — Alguém avisa o Cassius para me encontrar na delegacia, eu peguei Tristan Benett.

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