27. Ainda posso ser sua?
Um sono mais digno em minha cama após um longo banho quente me fora concedido, mas antes fora necessário passar pelo suplício de todo o processo de ir à delegacia da cidade, registrar o boletim de ocorrência e passar pela médica legista de plantão que fizera em mim o exame de corpo de delito.
Estava tão exaurida que fora Hélène quem me auxiliou no banho, me ajudando a me secar, vestir com uma camisola branca de detalhes delicados em renda e me por na cama, tal qual uma boneca. Pedi que não escovasse meus cabelos, a cabeça ainda doía, ela concordou e me depositou um beijo no rosto e não me recordo de nada mais, apenas ser consumida pelo cansaço.
Despertei de súbito, o corpo ainda pesado mas a mente ligada. O quarto era tomado pela escuridão da noite, a não ser pela luz do corredor que passava por baixo da porta. Silêncio absoluto. O relógio mostrava 05h00. Me revirei embaixo das cobertas e Silas se mexeu nas minhas pernas, miando fraco contra vontade, de certo fora acordado por meu