51. 31 de Maio
- Bom dia, filha.
Abri os olhos ao ouvir a voz familiar, mas que hoje possuía uma entoação diferente: mais doce, mais tranquila. Virei na cama, movendo os olhos na direção da onde vinha a voz, os mesmos olhos se arregalaram com a imagem encontrada: sentada ao pé da minha cama estava Sarah, minha mãe. Diferente do nosso último encontro sua expressão era suave, de paz, ela sorria para mim como eu nunca me lembrara vê-la sorrir.
- M-mãe? - eu apoiava o peso do corpo sobre o antebraço direito e usava a mão esquerda para esfregar os olhos com os dedos polegar e indicador, mas quando tornei a focar, ela permanecia ali, tão real quanto eu, tão real que pude sentir o toque delicado, porém materno, da sua mão na minha perna coberta pela colcha florida.
- Eu vim te desejar feliz aniversário, filha.
O som do guizo na coleira de Silas chamou minha atenção, o felino entrara no quarto pela janela aberta, saltando da onde estava e caindo em pé sobre o meu colo, quando voltei para Sarah ela