- Foi um tremendo corte, ein. Vai precisar de alguns pontos. - disse a enfermeira, uma senhora de voz rouca que beirava os 50 anos e que cheirava a alfazema.
Concordei, me sentia sonolenta agora que a adrenalina passara. Lauryn ficara comigo por todo o processo, sentada em uma cadeira de ferro e levantando a cabeça, vez ou outra, para me olhar e dar um sorriso sem mostrar os dentes em sinal de apoio moral. Graças ao anestésico local eu não senti a dor, mas sentia o repuxar na pele dos pontos sendo feitos. Aquilo doeria depois. Despertei sozinha na enfermaria após um cochilo que não sei bem quanto tempo durou, mas ainda me sentia cansada. O sangue no vestido já estava seco, transformando o amarelo em laranja e tingindo as margaridas da estampa de vermelho. A dor do ferimento começava a latejar, instintivamente levei a mão ao foco da dor, sentindo um curativo cobrindo os pontos. Precisava de uma aspirina. A silhueta de Ethan sur