41. Marcadas pela Serpente
Tive o ímpeto de correr, fugir para o mais longe que eu pudesse e que minhas pernas permitissem, mas as próprias me traíram, pareciam tão pesadas quanto blocos de concreto.
O silêncio ensurdecedor cessou com o som de arbustos sendo remetidos, anunciando a chegada do vampiro. Sua silhueta surgiu em meio as sombras e ao longe eu avistei seu rosto, tão lindo quanto da última vez, mas seus olhos já negros possuíam uma obscuridade que os escureciam ainda mais. Foi como se uma flecha tivesse atingido meu peito, um misto de sentimentos me invadiu e dessa vez, mesmo se eu lutasse contra, não seria capaz de os bloquear. Por seis meses eu evitei falar, sequer pensar, em seu nome para não sentir o que agora eu sentia mil vezes mais. A minha boca tremia, consequência da tentativa de segurar minhas lágrimas. Ele se aproximou ainda mais, pude sentir os dedos da bruxa ao meu lado se apertarem aos meus, gostaria de dizer à ela que ele não a machucaria, que ele não nos machucaria, mas seu semblan