42. Tormenta
Eu estava sentada no banco de madeira nos fundos da casa, próximo ao bosque, no mesmo banco e no mesmo lugar onde havia passado tantas noites com Gerard, onde trocávamos conversas e carícias escondidas.
Falar seu nome já não doía, a dor vinha dos sentimentos de vergonha e humilhação em confidenciar-lhe o mais íntimo que havia em mim e agora enxergar que o tempo comigo não passava de uma mera distração para sua tediosa eternidade.
Eu ouviria Seraphyne, não sufocaria a dor que sentia, a deixaria entrar, causar todo o estrago necessário e a deixaria partir, em poucos meses eu estaria longe de Salém, vivendo uma vida longe de tudo o que pudesse me remeter ao vampiro de olhos negros que roubara meu coração e hoje o devolvia em cacos.
Assim como minhas lágrimas, uma chuva quente, intensa e constante começou a cair do céu, enxarcando meu vestido preto usado ainda naquela noite de Sabbath, a noite que parecia ser a mais longa da minha vida. Abracei os joelhos junto ao corpo e descan