P.D.V de John
— Ele é meu companheiro. Por favor, não lutem — a voz dela saiu firme, mas havia súplica nos olhos. — Eu o amo, pai. E o escolhi. Ele já me marcou.
Aquelas palavras me congelaram por dentro.
Pai?
O impacto foi imediato. Minhas pernas enraizaram no chão, e Helionox, na superfície em modo protetivo, rosnou, mas recuou.
Não podíamos — jamais poderíamos — ferir a nossa companheira. Qualquer dor imposta a ela seria como rasgar nossa própria alma.
O vampiro me encarava agora. Firme. Inabalável.
Seus olhos eram de um vermelho intenso, mais puxado para o rubro — profundos, penetrantes, como brasas incandescentes prestes a consumir tudo ao redor. Os cabelos castanhos, levemente ondulados, caíam com elegância sobre os ombros. A pele, branca como mármore polido. Ele devia ter, no mínimo, dois metros e vinte de altura.
Tudo nele era brutal. Grotesco, no sentido primitivo da palavra — maxilar largo, mãos grandes com dedos alongados, garras negras que pareciam feitas de obsidi