Ver a língua da minha mãe dentro da boca do meu pai não era algo agradável para começar o dia. Levantei e peguei uma fatia de bolo:
— Ninguém merece uma cena destas à mesa! — reclamei.
— Pode ficar, Aimê. Seu pai e eu já estamos indo para o quarto — ela avisou.
Segui andando pela grama verde bem aparada quando eles passaram por mim rapidamente, meu pai com ela no colo. Parei, observando a cena, pasma. Depois que se foram, comecei a rir, balançando a cabeça. Mesmo que meu pai não tivesse uma coroa, ele sempre seria um príncipe. E um dia eu queria que alguém me olhasse da forma como ele olhava para minha mãe. E que a chama do amor e do sexo fosse eterna, como a que ainda ardia neles.
Sentei-me numa poltrona, sob um pergolado, no jardim. Peguei meu telefone e vi Odette vindo na minha direção. Assim que ela se aproximou, advertiu:
— Aimê, se eu fosse você, não abriria as notícias...
Eu sorri, puxando o braço dela:
— Sente-se aqui, Odette. Não quero saber de Alpemburg. Quero conhecer os he