Mundo de ficçãoIniciar sessãoA chuva caía lá fora com um ritmo quase hipnótico, como se o próprio céu estivesse tentando acalmar o caos que fervia dentro da casa e dentro dela. Cada gota que batia contra as janelas da mansão soava como um convite indecente, um compasso lento e constante, acompanhando o desejo que crescia, teimoso, no silêncio do quarto.
O ar estava denso, carregado do perfume residual de vinho e das velas apagadas, que ainda exalavam o cheiro doce e amadeirado da cera derretida. O jantar terminou há horas, mas a presença de Lucca Ferraro ainda pairava sobre o ambiente, invisível e, ainda assim, esmagadora. Clara sentia o eco da voz dele em cada canto do quarto, em cada batida descompassada de seu coração.
Ela estava sentada na beira da cama, com as pernas nuas cruzadas, os dedos nervosos ape







