Lucca Ferraro
Deito ao lado dela, e quando ela se encaixa em mim, o mundo parece, finalmente, parar de correr. O cheiro dela, o calor da pele, o som tranquilo da respiração, tudo volta ao lugar.
Fico ali, apenas sentindo. Clara nos meus braços, o coração batendo perto do meu, e a certeza de que, por mais turbulento que seja o mundo lá fora, é aqui que eu pertenço.
Mas o sossego dura pouco. Clara se mexe devagar, virando o corpo para me encarar, os olhos ainda sonolentos, mas com um brilho que reconheço, um misto de carinho e algo mais profundo, que acelera meu pulso. Seus dedos traçam linhas hesitantes no meu braço, leves como plumas, e ela morde o lábio inferior, um gesto tímido que revela sua vulnerabilidade. Eu sorrio por dentro, sabendo que preciso ser o guia aqui, ousado o suficiente para avançar, mas cuidadoso para não assustá-la.
— Lucca… — sussurra com a voz baixa e trêmula, e as bochechas corando levemente sob a penumbra.
Não resisto.
Inclino-me devagar, capturando seus lábi