“O maior sacrifício não é a morte, mas viver sem o que mais se ama, para que este amor sobreviva.”

Lucca Ferraro

O salão da Mansão Ferraro parecia ainda mais brilhante depois do jantar. As luzes douradas escorriam pelos cristais pendurados nos lustres e se multiplicavam nas taças, nos espelhos e nos olhares curiosos. O quarteto de cordas tocava baixo, como se temesse perturbar a fantasia que todos insistiam em manter. O perfume das flores brancas pairava espesso, doce, insistente, quase enjoativo e se misturava ao aroma de madeira encerada e champanhe recém-aberto. Conversas educadas formavam pequenas ondas sonoras que iam e vinham, quebrando-se nos arranjos altos de lírios e nas risadas bem treinadas.

Perto do bar, afundado na poltrona de couro que rangia quan