Auren corria, as patas pesadas esmagando a terra úmida sob seu peso. Cada passo reverberava por sua estrutura óssea, espalhando impulsos de força pela musculatura tensa. A transformação já tinha se completado há muito — e a forma humana, naquele momento, era um fardo inútil que ele não podia se permitir. O cheiro de Céline estava mais forte do que nunca, não porque ela estivesse próxima, mas porque ele estava completamente submerso nele, como se cada partícula de ar carregasse o perfume dela.
Fenrir murmurava dentro de sua mente, a voz grave e arranhada, quase física.
— Mais rápido… Ele está brincando com você.
Auren rosnou baixo, o som profundo vibrando pelo peito.
— Ele não vai brincar por muito tempo.
— Você diz isso, mas eu sinto seu controle… vacilando.
— Não. Não agora. Se eu perder o controle, ele ganha.
— Talvez seja isso que você precise. Deixe-me caçar. Deixe-me arrancar a garganta dele.
O terreno começou a mudar. As raízes grossas das árvores se erguiam como ossos antigos,