Auren estava sentado em uma cadeira de madeira escura, as mãos firmes nos braços do assento. O luar atravessava as cortinas finas, projetando sombras no chão de pedra do quarto do harém. As mulheres estavam espalhadas em almofadas coloridas, conversando em murmúrios nervosos, mas o Alfa as ignorava. Seus olhos escuros estavam distantes, presos a algo que nenhuma delas conseguia alcançar.

Ele sentia o cheiro de Céline ainda impregnado em sua pele, misturado ao perfume amadeirado que sempre usava. O desejo permanecia em seu corpo, mas não era por nenhuma daquelas mulheres. Era por ela, a única que fazia seu peito latejar de um jeito que desafiava tudo o que conhecia.

Auren era o grande Alfa lycan, e com esse título vinha a responsabilidade de manter a linhagem viva. Havia cada vez menos lycans no mundo — poucos nasciam, menos ainda sobreviviam. Com humanas era mais fácil conceber, mas mesmo assim, a cada geração, o risco de extinção se tornava mais real. Era seu