-Mãe cheguei!

Ela me encara pronta para me fuzilar, creio que se estivesse com uma arma na mão, me mataria sem piedade neste exato momento, e olha que estou sendo carinhosa. E não, não é exagero.

-Você está atrasada mocinha!

Ela fala sem dar-me a oportunidade de dizer qualquer coisa.

-O importante mãe, foi que cheguei.

Digo abraçando-a para ver se consigo acalmar a fera.

-Nem vem Leide Laura.

-Mãe! Quantas vezes tenho que repetir para não me chamar assim?

-Tudo bem você chegar vinte minutos atrasada, até quarenta minutos já perdoei, mas você chegar aqui com uma hora de atraso Laura aí já é demais. Você sabe que esse momento é importante para sua irmã.

Quando ela ia continuar com o sermão, minha irmã entra e me abraça.

-Laura como você está?

-Estou ótima!

-Obrigado por me salvar mana te devo uma.

Cochicho em seu ouvido.

-Por nada Laura, mas você sabe que irei cobrar.

-Eu sei, talvez teria sido melhor ficar ouvindo o sermão mesmo.

Então caímos na gargalhada.

-Tá agora vamos almoçar que estou morrendo de fome, ficar esperando você uma hora e ao mesmo tempo olhando e sentindo o cheiro da comida da mamãe não é nada agradável.

-Nossa! Você suportou tudo isso por mim? Deve me amar mesmo.

-Sua boba.

Ela me da um tapinha rindo.

-Espero realmente que o motivo do seu atraso seja mesmo muito bom, para eu poder perdoá-la.

-Caroline você não imagina o quanto...

-Será que senti um homem nesta frase? Ou talvez seja só minha impressão?

-Para Caroline, detesto admitir quando está certa.

Outra vez caímos na gargalhada, só que desta vez interrompidas pela voz da mamãe.

-Até que horas ficarão de conversa e nos deixar esperando?

Assim, eu e Caroline caminhamos até a sala de jantar, onde mamãe estava pondo a mesa, e Thomas ajudando-a.

-Thomas você veio! E um cavalheiro como sempre.

Digo enquanto o abraço.

Fazia-se três anos que Thomas namorava Caroline e a trata como uma flor, adoro ver quando estão juntos.

-Você tem que encontrar um desses Laura.

Mamãe diz terminando tudo e sentando-se a mesa onde Caroline já estava sentada e sorrindo.

Não é porque é minha irmã não, mas Caroline sempre a achei linda, alegre e cheia de vida Thomas é um sortudo. Já faz cinco anos desde quando Caroline saiu de casa para trabalhar na cidade vizinha, é difícil para eu e mamãe vê-la. Por isso quando está em casa aproveitamos o máximo a sua presença. Por esta razão o almoço com a família reunida era tão importante, fazia-se onze anos que papai tinha falecido, mas sempre nos ensinou estarmos unidos, por isso quando Caroline foi resolver a vida por conta própria foi duro para mim e para mamãe, mas felizmente com o tempo nos acostumamos.

-Não se preocupe mamãe darei o máximo de mim para encontrar o meu príncipe encantado.

Falo sentando a seu lado e Thomas sentado ao lado de Caroline.

Como sempre mamãe arrasou no prato, nos deliciamos ao máximo com o almoço até estarmos satisfeitos, foi uma tarde maravilhosa. Caroline e Thomas iam passar o final de semana com a gente, ia ser perfeito estarem ao nosso lado aqueles dias. Após o almoço maravilhoso que tivemos Thomas levou a mala para o quarto que sempre foi de Caroline. Aproveitando a oportunidade de estarmos sozinha organizando a cozinha contei a ela sobre o príncipe que havia visto. Logo, Caroline concordou comigo que eu deveria ter pego o número dele.

-Quem sabe na segunda, quando eu for trabalhar, o encontre de novo.

-Ai sim, você teria muita sorte, eu diria que ele seria seu prometido.

-Deixa destas coisas Caroline.

E passamos o restante da tarde rindo.

Naquela noite fui dormir muito feliz, acho que não preciso dizer com quem acabei sonhado.