POV Alice Kim

Zion saiu batendo a porta como quem foge de si mesmo. De novo.

E eu?

Fiquei olhando a bagunça que ele deixou na sala, no ar… em mim.

Sentei no sofá, fechei os olhos por alguns segundos. Respirei fundo. Eu não aguentava mais aquela tensão constante. Era como morar com uma bomba-relógio com sorriso sarcástico.

Talvez… só talvez… se eu mostrasse que a gente ainda podia conviver como adultos, alguma coisa mudasse.

Peguei o celular. Olhei a hora.

Tinha tempo.

Fui até a cozinha, abri a geladeira e venci minha preguiça emocional.

Hoje, ia ter jantar.

Nada demais — só algo caseiro, simples. Macarrão à bolonhesa, vinho barato, salada capenga com molho pronto. Mas ainda assim… um gesto.

Talvez um pedido de paz.

Ou um “por favor, me deixa respirar.”

Liguei uma playlist jazz soft no fundo. Acendi uma vela (eu sei, exagero). Preparei dois pratos. Organizei a mesa. Ficou bonito. Confortável.

Zion chegou às 21h.

Ouvi a chave girar, depois os passos pesados entrando devagar. Ele estava m