Alice Kim
A luz do sol entrou pela fresta da cortina como se fosse cúmplice do caos que ainda estava estampado na minha pele.
Minhas costas doíam. Meu corpo formigava. E ele... ele estava ali.
Zion.
Dormindo ao meu lado. Um braço pesado jogado sobre minha cintura. A respiração lenta batendo contra minha nuca. Quente. Intensa. Intolerável.
E o pior? Aquela paz toda dele.
Como se não tivesse virado minha vida de cabeça pra baixo.
Como se não tivesse me feito esquecer meu nome, meu juízo e qualquer migalha de bom senso.
Eu queria odiar ele.
Mas tudo o que conseguia fazer era sentir.
Levantei devagar, tentando sair da cama sem acordá-lo. Coloquei os pés no chão. As pernas ainda bambas. A pele arrepiada.
O lençol escorregou pelas minhas costas.
E eu parei.
Olhei pra ele.
O peito nu. A tatuagem perto da clavícula. A expressão serena de quem nem imagina o inferno que habita em mim agora.
Inferno que tem nome, cheiro... e está deitado na minha cama.
Suspirei.
Peguei a primeira camiseta que en