QUE BAITA COINCIDÊNCIA

EROS

Vir até Milão foi algo que o meu pai decidiu de última hora.

Ele voltou para casa bem irritado após a conversa que teve com a tia Hebe. Ela não facilitou nem um pouco as coisas para ele. Disse que já não tinha mais a irmã e que agora o meu velho estava tentando tirar dela as únicas coisas que restaram da minha mãe.

Meu pai odeia quem tenta manipulá-lo. Não só ele, como eu e o meu irmão sabemos que a grande questão da minha tia nunca foi a família, mas sim o Sr. Theodore. Meu pai saiu do almoço bem irritado depois de, sem argumentos, ela confessar que sempre o amou. A gota d'água foi que durante a conversa, ela culpou a minha mãe de ter roubado o meu pai dela.

Enquanto meu velho contava para mim e para Atlas tudo o que aconteceu naquele almoço, enfurecido, o celular dele tocou, era Paola, sua namorada. Nesse momento, eu percebi que o meu pai estava fazendo a coisa certa em estar nesse relacionamento. Assim que começou a conversar com a mulher, a sua expressão suavizou, sua voz ficou branda e um sorriso se manteve no seu rosto durante quase todo o tempo em que conversaram.

Ao encerrar a ligação, ele nos comunicou sobre a viagem para a Itália no dia seguinte, para que a nossa família e a da Paola pudessem se conhecer.

[...]

Estou na varanda do hotel tomando uma dose de whisky, e foi só chegar nesse lugar que todas as lembranças daquela noite com Chiara Giordano vieram a minha mente, como num filme.

Estou exatamente no mesmo quarto, fiz questão que fosse assim. Meu pai e o meu irmão estão ocupando as outras duas suítes presidenciais do andar.

Me sirvo da segunda dose de whisky, quando o meu celular toca.

— Fala, Atlas! — falo, após deslizar o dedo pela tela do celular.

— Cara, você não vai acreditar! — fala, visivelmente empolgado.

— O que foi?

— Eu vim de penetra na festa de um amigo do Apolo com ele, e você não faz ideia quem está aqui?

— Quem?

— Chiara Giordano.

— O quê?

— Espera, vou tirar uma foto para te mostrar. Se a garota perceber vai achar que sou um maníaco — diz, mas logo fica em silêncio por alguns segundos. — Pronto, olha aí.

Caralho, ela é muito gata. Penso, enquanto dou zoom na tela do aparelho móvel na minha mão.

Logo as lembranças dela gemendo na minha boca enquanto cavalgava por cima de mim, tomam conta da minha mente novamente.

— Vou te mandar a localização. — Atlas fala, me tirando dos meus pensamentos pecaminosos. — Você pode aparecer aqui como quem não quer nada.

— Manda. — falo, indiferente. — Se der, eu dou uma passada aí.

— Qual é, cara, vai perder essa oportunidade?

— Atlas, só manda a localização.

— Beleza! — fala, encerrando a ligação.

Vou até a minha mala, que ainda não desfiz, e pego uma roupa. Tomei um banho quando cheguei no hotel, mas vesti apenas uma roupa confortável, já que não tinha intenção de sair até a hora do jantar.

Me troco rapidamente e, quando estou prestes a borrifar o perfume, chega uma mensagem do meu irmão.

Sua garota foi embora. Tinha um compromisso.

— Merda — esbravejo.

Compromisso? Que tipo de compromisso? Será que é um encontro? Será que ela tem namorado?

O simples pensamento faz eu apertar o meu copo com mais força.

Desde quando se tornou um homem ciumento, Eros?

Cerca de trinta minutos depois, escuto batidas no meu quarto.

Ando em direção à entrada, abro a porta e constato que é Atlas.

— Cara, você não imagina a surpresa que tive quando vi que estava bem de frente à sua garota.

— Minha garota? Não viaja, Atlas. — falo, indiferente. — Ela é só uma garota.

— Sei! — ele ironiza — Mas, voltando ao assunto, ela é ainda mais gata pessoalmente. E já que você não está tão interessado assim, eu posso comentar que tem algumas pessoas bem interessadas nela, inclusive nosso primo.

— Normal, Apollo sempre quis tudo que é meu.

— Seu? — sorri. — Achei que ela era só uma garota.

— E-eu não quis... Ah, vai se ferrar, Atlas, sabe o que eu quis dizer.

— Sei bem o que quis dizer. — o idiota fala, se levantando e andando em direção a saída, com um sorriso irritante no rosto. — Não se atrase pensando na garota. Vamos sair em pouco mais de uma hora.

— Vá se foder.

[...]

Cinquenta minutos depois, meu pai, Atlas e eu nos encontramos no hall do hotel.

Meu velho quer chegar pontualmente.

Seguimos os três no mesmo carro, meu velho vai dirigindo.

— Está nervoso, coroa? — Atlas pergunta.

— Digamos que a adrenalina pela expectativa está me deixando um pouco agitado. — responde. — Eu irei conhecer as filhas da minha futura esposa.

— O coroa está amando. — Atlas fala, sorrindo.

— Olhem isso! — meu velho tira do terno uma caixinha de veludo com um belo anel de diamante. — Será que ela vai gostar?

— É lindo, pai! — o tranquilizo. — É claro que ela vai gostar.

— Espero que sim. — ele respira fundo. — Espero que suas filhas me aceitem, que ela goste do anel e, principalmente, que ela aceite o meu pedido. Não vejo a hora que todos nós sejamos uma grande família. Sabia que uma das filhas dela está grávida?

— Você não tinha comentado sobre isso. — falo.

— Pois é! Paola está radiante por se tornar avó.

Nós chegamos pontualmente na casa da futura esposa do meu pai, como ele mesmo falou.

Nossa entrada é liberada e meu velho dirige pelo pátio até onde tem dois carros estacionados.

Descemos do carro, e uma funcionária nos encaminha até o interior da casa.

Uma mulher, que eu deduzo ser a minha futura madrasta, desce as escadas ao mesmo tempo que adentramos a sala.

— Que bom que chegaram! — fala, com cordialidade. Ela e o meu pai se cumprimentam com um abraço. — Você deve ser Eros! — ela direciona o olhar para mim, mantendo o sorriso em seu rosto.

— Sim — respondo. — É um prazer conhecê-la, Sra. Paola!

— Por favor, Eros, me chame apenas de Paola. — fala, e me cumprimenta. Em seguida, direciona seu olhar para o meu irmão — Então você é Atlas!

— Sim — ele responde. — É um prazer conhecê-la!

— O prazer é todo meu! Estou feliz de, enfim, conhecê-los! Elena e o Matteo vão se atrasar um pouquinho, mas já estão à caminho. E Chiara já está descendo.

Chiara? Ela disse Chiara? Não é possível, seria muita coincidência.

Nesse momento, escutamos barulho de salto na direção das escadas e, ao olhar para cima, a vejo.

Céus, é ela.

Meu coração erra algumas batidas, minha perna fica bamba.

Que porra está acontecendo com você, Eros?

Pera aí, meu pai falou que uma das filha da Paola está grávida. Será que...?

Não. Definitivamente, não.

Nós usamos camisinha. Mas essas coisas falham.

Que porra, não vou pensar nisso agora.

Caralho, ela está linda!

Chiara usa um vestido claro, colado no corpo e que vai até a altura do joelho, seus belos cabelos estão soltos.

Merda, ela é ainda mais bonita do que eu lembrava.

Seu olhar para mim é interrogativo. Ela está tão surpresa quanto eu.

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